O que faria de 2020 um ano incrível? Por Jackson Bezerra
Jackson Bezerra é jornalista – dono de um dos melhores textos que eu conheço -, mora, assim como eu, no bairro carioca do Jardim Botânico, é, atualmente, diretor de conteúdo da ‘EH! Filmes’, foi chefe da redação e da sucursal do Rio de Janeiro da revista ‘Quem’, foi chefe de sucursal do grupo ‘IG’ também no Rio, diretor da revista ‘Caras’ e representante da revista ‘Playboy’, ambas aqui no Rio. É uma das figuras mais divertidas e bem humoradas que eu conheço, querido no mercado, coisa rara atualmente, e pessoa a quem serei grata pelo resto da vida. Foi ele quem, após ler um texto meu em outro blog que eu criei, perguntou se eu gostaria de escrever um texto para o site ‘Vamos Falar Sobre o Luto’. Depois de mais um de ano “brigando” comigo mesma pra esse texto sair, ele saiu – você pode ler aqui – e eu tenho um orgulho enorme de ter conseguido contar uma história que até hoje, dois anos depois, já ajudou e continua a ajudar tantas pessoas. Jackson foi meu maior incentivador. Sou e, repito, serei sempre, grata por isso.
Mas esse pedaço, hoje – e sempre que ele quiser – é dele, com um texto simplesmente sensacional! Recebi por mensagem, na rua, e comecei a ler imediatamente. Devem ter ficado, por onde eu passei, curiosos com o tanto que eu gargalhava. O texto é isso: diversão, inteligência, humor e sensibilidade, muita sensibilidade, com um final incrível, coisa de quem é mestre na arte de escrever.
Deleite-se!
“No meu mundinho pequeno e egoísta, em 2020, quero o de praxe, ou seja, uma discreta casa de campo e um filhote de pastor alemão, dois pequenos desejos, renovados ano a ano, e que nunca se realizam não sei por quê, mesmo depois de 700 ondas puladas e dezenas de fitas do Bonfim arrebentadas! Tô pedindo muito?
Quero que a Cobal do Humaitá permaneça, que o supermercado Crismar, aqui no Jardim Botânico, baixe os preços e melhore os produtos. Que a nova sorveteria da esquina venda chocolate sem lactose. Tô querendo demais?
Quero também que a barbearia hipster que abriu aqui perto vá logo à falência (deve faltar pouco) e que a gente ganhe um bistrô no mesmo local que venda comidinhas deliciosas e vinhos maravilhosos, tudo a preço justo, com bom isolamento acústico e ar perfeito. Sem sentimentalismos com o dono da barbearia, por favor. Avisei lá em cima que são meus desejos egoístas…
Para o meu mundinho pequeno isso tudo aí já tá bom demais.
No mundo grandão, quero que 2020 comece em maio e termine em outubro. Seis meses está ótimo. Não é pedir muito. Vamos esquecer esse lance de janeiro, carnaval, águas de março, primeiro de abril, jingobel, muito tumulto, muito calor, tudo muito caro, um horror.
Quero a paz mundial, o fim da violência, o fim da pobreza e das doenças e o fim dos concursos de miss porque elas desejam isso tudo, ano após ano, e nunca conseguem nada. Bando de pés-frios essas moças…
Quero ver Rio e Brasil saírem desse atoleiro econômico, criminoso e político. Quem são esses caras?! Até quando? Sei que é pedir muito, mas a Renata Suter disse que eu posso desejar o que quiser!
Bom, acho que são esses meus desejos para 2020. Pedi muito? Sim. Fui fútil às vezes? Fui.
Mas trocaria todos eles pela felicidade da minha filha. Pensando bem, até já troquei. Esqueça tudo isso que escrevi acima. Em 2020, só quero ver minha filha feliz. Parece piegas mas não é. Somente eu, minha família e meus amigos sabemos que não é…”