Casa Camolese: um sucesso que precisa de ajustes!

Não sou crítica gastronômica, mas acredito que a opinião que um dono de restaurante – ou o chef, ou ambos – deve levar em conta é, acima de tudo, a de quem frequenta o lugar, a opinião da clientela que pretende formar.
Ouvi falar muito da Casa Camolese. Todas as vezes, elogios ao local, à decoração, à iniciativa de ocupar um espaço há muito abandonado pelo próprio Jockey Club – dono do imóvel e do terreno. Poucas referências à comida e muitas críticas ao atendimento.
Estive lá no sábado passado.
O estacionamento – que custa R$30,00 fixos, independente do tempo utilizado – é improvisado, nada seguro – as pessoas circulam por ele sem a opção de um caminho fora do tráfego. Como os próprios motoristas estacionam seus carros, cada um dirige na velocidade que quer. Além disso, os gatos do Jockey – “novela” que parece não ter solução, nem boa vontade por parte dos envolvidos, diga-se, dos donos dos novos empreendimentos e dos administradores do Jockey – descansam e circulam por ali correndo riscos o tempo inteiro. Esse é um outro assunto, que tratarei em breve aqui no site. Mas, em resumo, o estacionamento oferecido é péssimo! O pagamento ou é feito numa casinha distante do restaurante ou na mão dos funcionários da Estapar, que podem estar por perto – ou não – no momento da sua saída.
A arquitetura e a decoração da Casa Camolese são incríveis, puro bom gosto. Com uma ressalva à escolha das cadeiras e dos bancos da parte interna: ficar sentado ali por mais de meia hora é para os fortes. Conforto deveria fazer parte do “pacote”. Beleza, nesse quesito, não deveria ser tudo.

Vik Muniz e Cello Macedo, sócios na Casa Camolese.
O atendimento é um lamentável “bater de cabeças”! Os garçons, apesar de extremamente simpáticos e com enorme boa vontade, são totalmente despreparados. Pra um restaurante que deveria ter sido aberto há dois anos, é incompreensível tamanho descuido com um dos pontos principais. Apenas pra ilustrar: meu pedido foi Moules et Frites – Mexilhões e Fritas -, meu favorito da vida!, que no cardápio aparece como Mexilhões no Vapor. Quando informei ao garçom a minha escolha, disse: “Moules et Frites”. O garçom não sabia o que era! Não, não é o fim do mundo. Apenas despreparo. Mas isso, em um restaurante que cobra preços compatíveis com “bolsos exigentes”, não faz sentido.
Sobre a comida, posso dizer que não saí maravilhada. Os mexilhões perderam o sabor por conta da pancetta, incluída no prato junto com alho poró. O gosto de gordura se sobrepôs – terrivelmente – ao dos mexilhões. O simpaticíssimo chef da Casa Camolese, Paulo Grobe, explicou que muitos clientes têm preferido pedir sem a pancetta e isso é atendido sem qualquer problema. As batatas estavam deliciosas, é bom registrar.
A outra escolha do mesmo dia foi o Steak Cowboy Angus 200 gramas, acompanhado por purê de cebola assada, areia de batata, cebolinha queimada e salsa verde. Pedida ‘ao ponto pra mal’ veio perfeita. A quantidade, no entanto, apesar de constar no cardápio, pode ser pouca pra uma refeição principal, principalmente, com acompanhamentos tão leves, mas isso é do apetite de cada um.
A entrada, uma Caponata com Mozzarela de Búfala, estava espetacular! Digna de pedir bis! Já a sobremesa, o ‘Chocolate! Chocolate! Chocolate! – em seis versões’ só me impressionou por duas delas: o brownie e o brigadeiro.
Outro registro: o chopp da casa é sensacional!
O lugar é muitíssimo bem frequentado. No dia em que lá estive, vi o arquiteto Paulo Casé, o empresário João de Orleans e Bragança e a mulher dele, a artista plástica Claudia Melli, pra citar apenas alguns.
Tomara que as – pequenas – intercorrências iniciais sejam resolvidas logo! A Casa Camolese já atraiu a simpatia dos cariocas e, por isso mesmo, esses “Camolese lovers” merecem que tudo esteja perfeito por lá!