Pandemia sobrecarrega as mulheres e atrapalha a vida profissional!
As mulheres sempre fizeram mais tarefas domésticas do que os homens, e isso não é mimimi, é fato mesmo. Com a pandemia da Covid-19, essa sobrecarga aumentou porque a rede de apoio feminina, como faxineiras, escolas, creches e babás também precisaram respeitar o isolamento social. Dessa forma, coube a nós, mulheres, novas responsabilidades e isso vem atrapalhando nosso desenvolvimento profissional, acendendo assim, o sinal de alerta das empresas que possuem políticas de inclusão.
As tarefas predominantemente masculinas dentro da casa são poucas, como cuidar da manutenção da casa e tirar o lixo, por exemplo. Já nós, mulheres, cuidamos da limpeza, fazemos as compras, nos encarregamos de manter tudo em ordem e, paralelamente, continuamos trabalhando. Quem não fica exausto só em ler? Imagina então, fazer tudo isso! Além de sermos responsáveis pela maioria dos serviços da casa, ainda planejamos a execução de todas as atividades…e a carga mental, como fica? Toda essa energia cognitivo-emocional dispendida, aumenta o nosso cansaço e o nosso nervosismo, afinal, somos, muitas vezes, obrigadas a ainda ouvir que era só ter pedido ajuda.
Essa “realidade” era normal, pra homens e mulheres, No entanto, a situação era disfarçada pela colaboração que recebíamos de faxineiras e outros profissionais que ajudavam a aliviar essa carga. Com a pandemia, a vida profissional feminina, que estava separada das questões domésticas e familiares, perdeu os limites e os papéis ficaram, todos, juntos e misturados em um só lugar: dentro de casa. A tal rede de apoio desapareceu e nós fomos obrigadas a assumir novas tarefas. Ficamos sobrecarregadas, embora o raciocínio nada lógico de que essas tarefas nos competem, não tenha mudado.
Segundo a Deloitte, especializada em consultoria empresarial, pesquisas apontam que as mulheres estão exaustas e os reflexos já podem ser sentidos na saúde física e mental. Quase 70% das mulheres disseram que as mudanças trazidas pela pandemia atrapalharam seu desenvolvimento profissional. Outras 29% afirmaram que veem o quanto precisam estar disponíveis todo o tempo e que não conseguirão cumprir isso. O número de mulheres crescendo profissionalmente começou a cair e o desemprego pra elas também cresceu, além do nível de estafa ter subido assustadoramente.
Para mudar o rumo de tudo isso, é fundamental que a tarefas domésticas sejam redistribuídas. Vale lembrar que em uma casa, todos são responsáveis por tudo. As empresas já perceberam que podem ser parte dessa solução e começaram a incentivar a equidade de gênero dentro de casa, cobrando dos homens a participação deles nas tarefas de casa. Sem aquela de “Querida, quer que eu ajude em alguma coisa? “, não é ajuda que se quer, é a divisão das tarefas que cabem a todos.
Portanto, não vamos nos estressar com mais isso também, não é mesmo? Acredite: não vale a pena! Elabore uma lista com o que precisa ser feito e divida o que cada um se sente mais confortável pra fazer. Óbvio que seremos todos obrigados a fazer alguns sacrifícios e a realizar tarefas que não gostamos, mas a realidade do momento é essa e só há uma coisa a fazer: encará-la! E de cara alegre! Não torne aquilo que não é agradável em algo ainda pior.