A Moda e a Pandemia!
Não tem jeito! A gente vira pra cá, vira pra lá e dá no mesmo lugar: a tal da pandemia! E eu vou dizer uma coisa pra você: no primeiro domingo após o decreto do isolamento aqui no Rio, eu ‘paniquei’! Sim, tive falta de ar, um desconforto pavoroso, a uma da manhã! Saltei da cama, acendi a luz e comecei a chorar, chorar e chorar…minutos depois, a sensação de alívio foi enorme! Eu só precisava daquilo: desabafar, botar o medo e a ansiedade pra fora. Portanto, queridas e queridos, não temos como escapar! Atualmente, todos os assuntos nos levam à Covid-19. E como faremos para superá-la, para retomar as nossas vidas daqui por diante. Não tenha a menor dúvida sobre isso: nada, absolutamente nada, será como antes.
O mercado da moda, por exemplo, está de cabeça pra baixo! Semanas de moda interrompidas, desfiles cancelados mundo afora, lançamentos de coleções adiados ou adaptados à nova realidade e interrupção da produção. Todos com algo em comum: a fabricação de máscaras de proteção, um novo filão que muitos têm aproveitado para faturar.
O isolamento social forçou a mudança de hábitos, como o home office e o homeschooling, pra ficar apenas em dois pontos que, claramente, alteraram toda a rotina. A sociedade passou a buscar e a cobrar mais comprometimento do ponto de vista social. Paralelamente, o consumismo desenfreado, a ostentação exagerada e a falta de perspectivas para um futuro próximo, obrigaram o mercado da moda a rever seus conceitos. O olhar das pessoas está, atualmente, direcionado para a proteção delas próprias e com os cuidados com a família. A demanda por novas tendências e marcas é outra, totalmente diferente da que vinha sendo captada anteriormente pelas marcas.
Alguma dúvida de que o calendário de lançamentos e eventos será revisto? Primeiro, porque as previsões para o fim do isolamento – ou de um possível lockdown – são totalmente desencontradas. Depois, quem, neste momento, está interessado em fazer compras, sejam elas por impulso ou por consumismo mesmo? Se há algo que as pessoas foram obrigadas a se dar conta, foi justamente a necessidade de ter uma reserva e de garantir a sobrevivência em situações drásticas como a atual. A preocupação principal é abastecer a casa e pagar as contas, além, é claro!, dos cuidados para evitar a contaminação. Portanto, para viver a atual realidade, precisa-se, cada vez menos, de looks desejo ou dos produtos enfiados goela abaixo pelas influencers que, neste momento, tratam de descobrir maneira de se reinventarem – mesmo que seja através das já insuportáveis lives que assolam o Instagram e o Facebook atualmente.
As compras online, que cresceram impressionantemente neste período, tendem a crescer ainda mais. No entanto, o consumidor está ainda mais atento, buscando e-commerce que lhe garanta confiabilidade em relação ao preço, ao pagamento e à entrega. Dificilmente, por agora, sites pequenos e sem expressão terão vez. Não apenas por deixarem mais dúvidas do que certezas, mas, principalmente, por não poderem competir com os preços e a qualidade dos maiores.
Poucas vezes se ouviu tanto a frase “Menos é mais”. Exatamente, porque daqui pra frente, o que não for essencial, será dispensável. Ou alguém quer gastar um centavo com aquilo que é perfeitamente dispensável por hora? Não se trata apenas de economizar, mas de driblar a falta de dinheiro mesmo. Empreender, neste momento, é quase um suicídio. Principalmente, para marcas sem relevância ou que pouco têm a acrescentar. O isolamento social pede o comfort look, peças que sejam adequadas à pouca vaidade que a situação pede.
Apesar de tudo isso, é importante registrar a importância social do mercado da moda. É um setor que garante emprego a milhões de pessoas país afora, e o que mais emprega mulheres no mundo.