De volta!

Não, não foram férias…antes fossem!
Primeiro, fui eu quem “baixou no estaleiro” por problemas de saúde. Depois – e aí, sim, o mais difícil de administrar cabeça e coração – a Cookie, minha cocker de nove anos, minha paixão, “os olhos que não me perdem”, como eu costumo brincar.
O susto com ela foi grande! E eu, que choro assistindo comercial de margarina, me tornei um mar de lágrimas.
Depois de alguns – poucos – dias de indisposição, Cookie chegou na veterinária, lugar que ela mais detesta nesta vida, querendo ir embora. Fomos de volta pra casa com suspeitas bastante distintas e voltamos, no mesmo dia, horas depois, com a certeza de que era a que eu tremia só em imaginar: piometra. Essa doença, uma infecção bacteriana no endométrio, o tecido que reveste as paredes internas do útero, é o terror da maior parte dos donos de cães! Ela chega, silenciosamente, e quando o diagnóstico é dado, muitas vezes há pouco a se fazer. Felizmente, não foi esse o caso da Cookie. Apesar de estar com um nível altíssimo de infecção, a cirurgia foi um sucesso!
Mas, e parece que tem sempre um ‘mas’ pra aporrinhar a vida da gente, exames apontaram uma gastrite e, depois, o pior: hematócritos baixíssimos, quase a ponto de precisar de uma transfusão de sangue. Felizmente, porque felizmente também há um ‘felizmente’, a minha doçura valente, que em nove anos de vida jamais me preocupou com a saúde, reagiu! E continua reagindo.
Mas tudo isso, somado a outros problemas, todos juntos e misturados, me fez pensar sobre o quanto somos fortes. O quanto somos capazes de superar problemas e dificuldades.
Eu mesma já enfrentei algumas batalhas nesta vida. Saí perdedora de algumas. E saí mais forte de todas elas. No momento seguinte, claro!, sempre achei que não. Depois, olhando o quanto evoluí como pessoa, entendia que aquela era mais uma etapa de transformação, entre tantas que acontecem ao longo da vida.
Não é fácil aceitar, se submeter, mas pode ser revelador e, principalmente, mostrar caminhos muito melhores que os de até então.
O susto com a Cookie me fez pensar…acho que problemas de saúde mostram o quanto a vida é vulnerável. E o quanto perdemos tempo dela com bobagens.
Ainda hoje, apesar de toda a experiência de vida, me surpreendo e me decepciono com a capacidade das pessoas de terem prazer em fazer o mal para as outras. É doentio, não é mesmo?
Sou uma pessoa de temperamento forte e opiniões claras. Não faço “tipo”. Jamais consegui fazer a fofa. Não tenho talento pra hipocrisia. Zero paciência pra quem, sempre quando a vida deixa de fazer aquilo que é esperado, culpa os outros por isso, ou ainda, por seus erros. Entendo que, pra algumas criaturas, é mais fácil viver assim. O ego não lhes permite ver que são falíveis, sem talento pra algumas coisas – muitas vezes aquilo que elas mais gostariam de ser ou de fazer em suas vidas. Seria tão mais fácil admitir o próprio erro, né, não? Não! Para os ególatras, jamais. Pra quem precisa alisar seu próprio ego, nunca.
Aliás, pensando bem, deve ser complicado viver querendo ser o que não é, alardear projetos que não existem, vida que não é vivida como quer mostrar e um caráter desprovido de qualquer traço de bondade. Criaturas assim, quanto mais longe, mais queridas. Quem vive de falar mal do outro terá sempre algo a falar de alguém. Hoje, é do outro pra você. Amanhã, de você para o outro. Mesmo quando sequer conhece de verdade o alvo de sua maldade. Criaturas assim, são e estão perdidas. O príncipe encantado de um dia é o monstro do dia seguinte. O ídolo de hoje é o facínora de amanhã.
Não podemos simplesmente isolar criaturas como essas. Às vezes, a vida nos prega peças e nos força a conviver, ainda que indiretamente, com pessoas que nos querem mal. Vale lembrar, no entanto, que pra quem lhe deseja o mal, tem sempre alguém que lhe deseja o melhor. Ou você duvida que quem precisa falar mal de você lhe tem como referência do que gostaria de ser?
Por isso, quando vi a Cookie reagir, se recuperar, entendi que sempre será assim: um tombo hoje, uma decolagem amanhã, outra derrota, uma grande vitória…um dia depois do outro, a vida, exatamente como ela é. Pra mim, pra você, pra todos nós!
Sei, que em algum momento, minha decolagem será sem a Cookie…ela faz parte de quase uma década da minha vida e isso inclui os melhores anos da minha vida. Não à toa, nasceu no mesmo dia e mês que o Fred – meu ex-marido de quem fiquei viúva há pouco mais de seis anos. Tenho certeza do quanto será difícil e dolorido viver sem ela, mas tenho a mais absoluta certeza de que ela estará, pra sempre, comigo. Vamos renascer juntas. Também não foi à toa que ganhei o nome de Renata…essa é a minha especialidade: renascer.
Por uma dessas coincidências, esta é a semana em que termina o verão e chega, amanhã, às 13h14, a estação das folhas, o outono. Felicidade grau máximo porque odeio calor! Não sou uma apaixonada pelo outono…a minha estação preferida é a primavera, seguida pelo inverno – amo um friozinho! E é nesta semana que volto ao site, renascendo, mais uma vez, numa nova estação!
Conto com você por aqui! Com a sua interação, com a sua opinião, sempre!
Renata Suter