Acima do ícone de elegância, a mulher que soube ser grata!
Ela é – e jamais deixará de ser – o maior ícone da sociedade brasileira.
Elegante e sofisticada, sem qualquer traço de arrogância – por mais que as más línguas já tenham afirmado o contrário – Carmen Therezinha Solbiati Mayrink Veiga, ou Carmen Mayrink Veiga, como ficou conhecida no Brasil e pelo mundo afora, morreu ontem, em decorrência de complicações da idade, aos 88 anos de idade, em sua própria casa, dormindo.
No sábado, Carmen havia recebido alta do Hospital Samaritano, onde estava internada. Ela sofria, há muitos anos, de paraplexia tropical, doença que, aos poucos, a impediu de andar e limitou seus movimentos, o que a obrigou a usar andador e, depois, a cadeira de rodas.
E é sobre a Carmen que poucos conheciam, que quero falar.
Biografia, nome, sobrenome, data de nascimento, quantos filhos, netos e bisnetos, além dos fatos marcantes de sua vida, os jornais, sites e TV’s já se encarregaram de informar. Quero falar sobre a mulher inteligente, culta, bem informada, valente e que, apesar disso, acreditava que casamento era pra sempre e indissolúvel.
Conheci Carmen no ano 2000. A simpatia foi mútua e imediata. Como não gostar de alguém como ela, que soube ser grata a Fred – Suter -, meu ex-marido de quem sou viúva, pela maneira elegante que ele deu as notas sobre um período muito difícil da vida de Carmen.
Não havia uma única vez em que a encontrássemos – ou que eu e ela falássemos por telefone -, que ela não agradecesse mais uma vez.
Tive a felicidade de bater papos longos com ela, sempre depois das 11 horas da manhã – ela detestava acordar cedo -, quando conversávamos sobre uma de suas maiores paixões: os gatos.
Aprendi muito com ela. Quando adotei minha gata, a Mingau, mandei a foto pra ela, que adorou! Carmen dizia que os gatos não são adotados, eles nos adotam. Nossas conversas foram fundamentais pra eu decidir ter, além de duas cachorras à época, a gata. E agradeço muito pelos conselhos de Carmen!
O Rio ficou bem menos glamouroso sem ela, perdeu o brilho de uma mulher realmente elegante e que tinha muito mais a dizer do que imaginavam.
Que ela brilhe, como brilhou lindamente por aqui, esteja onde estiver!